Como terapeuta, várias vezes ouvi relatos de pessoas marcadas
por traumas de infância que muito me tocaram. Temos como missão auxiliar o
encontro entre os eus de nossos clientes, motivá-los para o autoconhecimento e
instigá-los às reformas pessoais necessárias à evolução.
Tudo muito bonito, mas, e na prática, como conseguir? E mais
uma vez me dou conta de que não existe mágica. Cada um é responsável pela sua
caminhada.
Há uma corrida enorme em busca de respostas e tratamentos em
consultórios médicos ou terapêuticos. Não menor do que isso, é o movimento em
centros espíritas ou espiritualistas, igrejas, grupos, cursos, círculos, enfim,
onde quer que se possam encontrar respostas
para cada um dos problemas da humanidade. Na hora “do aperto”, vale qualquer
coisa, ainda que a crença em qualquer coisa seja ínfima.
E nesse vai e vem pela procura de respostas, existe um templo
vazio à espera de cada criatura que roga por um socorro “dos céus”, seja do
deus-médico, do deus-terapeuta ou do Deus-Criador. E entre remédios, limpezas,
conselhos e bênçãos, o trauma continua ali, escondido em gavetas fechadas – mas
não emperradas – que o Homem não ousa abrir.
Fazer um trabalho sério e disciplinado é a proposta do
terapeuta a toda pessoa que quiser melhorar sua trajetória nesta curta vida
terrena, mas este trabalho somente poderá ser realizado em um local: o templo
interior.
Os passos serão sempre os mesmos: conhecer-se, aceitar-se,
agradecer e reformular-se.
Parece simples? Alguns dirão: - uma receitinha básica. Será?
Quanto de nosso tempo é dedicado diariamente a uma entrega à
meditação? Quando podemos bater um papo franco com nosso eu mais profundo,
aquele que sabe tudo, desde a nossa concepção nesta vida, até os mistérios de
outras existências? Quando paramos para agradecer pelos reveses que temos de
enfrentar tantas e tantas vezes? Quando nos dispusemos a reformular nossos
conceitos, nossas crenças e, principalmente, nossas atitudes? Enfim, quando
entramos em nosso templo interior para encontrarmos nossa essência?
Existe um mundo de infinita beleza em cada ser humano,
independente de classe, raça, credo ou aparência física. Existe uma sabedoria
infinita em cada coração. Existe um poder imensurável em cada criatura.
Se cada um se dispuser a enfrentar seus medos, vícios e os
próprios traumas, com ou sem (o que é muito mais difícil) ajuda externa,
certamente despertará em si a consciência adormecida de um ser pleno, próspero
e feliz.
Evelize Salgado
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