ALMA

Minha alma é leve

Como beijos de algodão

Roçando faces ocultas

De um coração tímido

Fingido de valente,

Disfarçado de rei.

Na dimensão do infinito

Das estrelas, da lua

O grito liberto

Mergulha no mar

Buscando, eu sei,

Um homem desperto

Aprisionado no conflito

Do padrão imposto

À sociedade nua

Que não reflete no rosto

O valor de SER.

Mas ele vence o impasse

Dos brilhos externos,

Das frágeis estruturas

E se deixa aflorar

Refletindo nos olhos

A alegria de amar.

E na certeza do sentir,

Do caminho encontrado,

Segue o rumo apontado,

Foco de Luz,

Em cores infinitas

Brilho intenso da verdade

De uma só realeza

Encontrada no silêncio

Do Eu mais profundo

Que traz à minha alma

Tranquilidade e pureza.

Evelize Salgado