Sabemos perfeitamente que para seguirmos nosso caminho na senda espiritual, uma das mais importantes tarefas é praticarmos o desapego. Mas sabemos também que esta é uma das tarefas mais difíceis.
Desapegar-se é desprender-se não só das coisas materiais que adquirimos ao longo da vida, mas daquilo que queremos, que gostamos e que amamos.
Não é raro encontrarmos pessoas interferindo na vida de outras tantas com o intuito de "ajudá-las".
Vivemos invadindo o limite dos amigos e parentes tentando convencê-los a fazer o que é melhor para eles. E quando não concordam com nossas opiniões ficamos loucos, pois temos certeza de que se nos ouvissem, tudo daria certo.
Em relação aos filhos, então, nem se fala. Acabamos sempe querendo viver a vida de cada um deles, com a única intenção de protegê-los. Mãe nenhuma gostaria de ver um filho sofrendo, ou encrencado, nem ao menos triste, mas toda mãe acaba se entristecendo pelo inevitável. Todo ser humano passa por muitas situações desagradáveis ao longo da sua existência. Isso faz parte de seu crescimento.
Nós, mães, precisamos permitir que nossos filhos cresçam, mas principalmente precisamos permitir o nosso próprio crescimento. Complicado? Nem tanto.
Cada situação vivenciada deve ser um aprendizado, um passo avante na caminhada espiritual. Se não soubermos conter nossas emoções, equilibrar nossos sentimentos, estaremos retardando o propósito evolutivo que temos.
Aqui entra o desapego de mãe para dar lugar ao Amor de mãe.
É preciso proporcionar aos filhos situações para que assumam as rédeas de sua vida; para que encarem e resolvam seus problemas; para que encontrem na mãe o colo, o carinho, o apoio, o respeito e não a tábua de salvação, a obrigação da ajuda, a obrigação de ser mãe.
Quando mães e filhos sentirem-se unos, cada um compreenderá e fará a sua parte. Enquanto houver um relacionamento de posse, haverá obrigações e disputa de egos, e a estação da vida não encontrará a sintonia do amor.
Pensemos nisso e tenhamos todos um amoroso dia das mães.
Evelize Salgado