26ª VIGÍLIA PELOS MORTOS DE AIDS

Acabei de chegar e estou escrevendo este texto ainda sob o impacto da emoção. Esta foi a segunda vigília pelos mortos de AIDS de que participei, mas a primeira em que orei por pessoas conhecidas, a primeira em que eu tinha argumentos, depoimentos, conhecimento da causa.

Falar em AIDS como doença de desconhecidos, é como falar das secas ou das cheias como notícias de lugares distantes, até que se precise passar por lá e sentir na pele os efeitos causados por tais situações.

Falar em AIDS como doença de amigos, familiares, ou simplesmente conhecidos, vira tragédia, tristeza, ou outros sentimentos que somente quem enfrenta essa realidade conhece.

Até quando pessoas vão ignorar este assunto? Espero que a resposta não seja até que esta síndrome invada suas vidas.

O tema da vigília deste ano é perfeito: A SOLUÇÃO DEPENDE DA AÇÃO DE TODOS.

Que ação? Conhecimento, educação, solidariedade, garantia dos direitos sociais, o não preconceito, inclusão e todas as ações que puderem ser realizadas por cada cidadão em prol dos infectados pelo HIV, sobretudo, PREVENÇÃO.

Hoje, na Casa Fonte Colombo (aquela instituição em que sou voluntária aqui em Porto Alegre) oramos pelos mortos de AIDS. Foi uma celebração emocionante e iluminada por velas que representaram não só luz para aqueles que partiram, mas luz para a vida daqueles que estão aqui, lutando pela sua sobrevivência.

E pedimos luz para cada ser humano, para que todos participem de uma forma concreta e consciente na erradicação dessa epidemia que devora vidas.

Amanhã é o dia da vigília - 3º domingo de maio - fica aqui o convite a todos os leitores para a oração e para a participAÇÃO efetiva...dentro das possibilidades de cada um.

Evelize Salgado